Novos paradigmas estão surgindo no espaço da saúde em todo o mundo. Na Europa, os inovadores sociais estão a centrar soluções que democratizam o acesso aos cuidados e ao conhecimento. Estamos a assistir a uma compreensão global do bem-estar, do bem-estar e da boa saúde que se centra em abordagens holísticas e modelos comunitários que democratizam o acesso e a informação. No centro da inovação na saúde está uma mentalidade centrada no ser humano, o que significa que a “faísca” para muitas soluções vem de uma motivação para melhorar a vida das pessoas que as rodeiam.

A Ashoka e a Johnson & Johnson Foundation co-criaram o Reimagining Community Health Challenge para encontrar inovadores que estejam melhorando a saúde de suas comunidades com soluções centradas nas pessoas. Analisámos as 136 candidaturas que recebemos relativamente à sua metodologia, inspiração e impacto para compreender melhor a forma como os cuidados inovadores e centrados no ser humano estão a espalhar-se pela Europa. Descobrimos que as inovações centram-se em cuidados holísticos; reconheceram o papel dos factores sociais e ambientais na saúde, em vez de apenas biológicos, e esforçaram-se por criar sistemas de cuidados de saúde mais eficientes.

Cuidado Holístico que Considera a Comunidade

Na verdade, mais de três quartos das inovações centraram-se no impacto dos factores sociais e ambientais no bem-estar de uma pessoa e da comunidade. Vemos que a saúde é cada vez mais entendida como mais do que apenas uma visita ao hospital, mas antes como a eficácia do sistema de saúde como um todo. A desigualdade na saúde foi claramente reconhecida em muitos casos e muitas vezes centrada nas soluções ou no público-alvo. Solentra, um dos vencedores do Desafio, viu a necessidade de uma solução de saúde para os migrantes – uma das comunidades mais sistemicamente excluídas da Europa, que muitas vezes são deixadas de fora dos serviços de saúde tradicionais – e concebeu uma solução para que as suas necessidades de saúde mental fossem satisfeitas.

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Para ajudar os profissionais de saúde mental a alcançar e servir melhor esta comunidade que luta devido à sua situação vulnerável, Solentra desenvolveu um método conhecido como “A Psiquiatria Assiste uma Comunidade Culturalmente Diversificada na Criação de Laços de Cura” – ou PACCT. O método PACCT combina psicologia comunitária e psiquiatria transcultural para tornar os cuidados de saúde mental especializados mais acessíveis para aqueles com origem refugiada ou migrante. Os psicólogos da Solentra também se disponibilizam para trabalhar diretamente com indivíduos e famílias que lutam para ter acesso regular a cuidados de saúde mental, além de oferecer consultas, supervisão e formação para capacitar os profissionais de saúde.

Integrado e Amplificador

Os casos mais fortes de inovação estão a trabalhar amplamente para criar impacto. Quase 90% das inovações apresentadas ao Desafio Reimaginando a Saúde Comunitária trabalharam através de metodologias, ligando as comunidades a serviços de saúde mais acessíveis, informando os indivíduos sobre como cuidar de si próprios e dos outros, capacitando pacientes marginalizados e vulneráveis e construindo empatia entre as comunidades e o ambiente natural. mundo, para criar mudanças mais equitativas e impactantes. A Ashoka vê estas mudanças fundamentais na saúde como elementos integrantes ao conceber soluções para mais agência e auto-representação na saúde num mundo em rápida mudança. A análise mostrou que mais de metade das inovações funcionaram lateralmente em 2 destas metodologias e 38% inovaram em 3 ou mais.

Houve diferenças importantes entre as formas como as inovações se conectam com os atores tradicionais da saúde. Em contraste com as inovações que democratizaram a eficiência e o acesso, organizações como a MedGezel integram-se nos sistemas actuais como uma entidade separada mas colaborativa – afina e fortalece os sistemas existentes e promove a eficiência das peças móveis já dentro do sistema de saúde – fornecendo conhecimentos especializados para intervenientes existentes para melhorar os resultados de saúde dos indivíduos e das comunidades.

MedGezel é uma iniciativa centrada no paciente e dirigida por residentes médicos, caracterizada por uma abordagem de baixo para cima. Ele se concentra em agregar valor na “extremidade aguda”, ou seja, no nível de interação paciente-médico residente, criando oportunidades para tomada de decisão compartilhada. Esta abordagem inovadora ensina comportamentos empáticos aos estudantes de medicina, atuando como um treinador médico (um MedGezel), orientando o paciente na obtenção de uma consulta médica centrada na pessoa.

Da mesma forma, uma inovação que se conecta e transforma de forma colaborativa os sistemas de saúde é a Creative Minds.

Reunindo mais de 120 grupos de base e organizações comunitárias, bem como o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS), a Creative Minds desenvolve e entrega projetos que focam na relação entre artes, esportes, recreação, lazer e saúde no contexto de construir pessoas e comunidades saudáveis e resilientes. A sua metodologia visa combater o isolamento que as pessoas com deficiência apresentam, utilizando a criatividade para apoiar o seu próprio bem-estar, para que possam ser mais confiantes e resilientes.

Algumas das maneiras pelas quais as pessoas com problemas de saúde física e mental podem aproveitar as vantagens das ofertas da Creative Mind são por meio de conversas semanais e um clube de sorteio para requerentes de asilo e refugiados; um projeto de produção musical para teatro destinado a jovens com dificuldades de aprendizagem e/ou autismo; e sessões de escalada com oportunidades de conhecer novas pessoas e se divertir.

Cada uma destas abordagens traz os seus próprios benefícios: as inovações que foram integradas diretamente nos sistemas existentes tiveram um maior grau de interconectividade e disseminação de informações, levando a resultados mais eficientes. Aqueles que se conectaram ao sistema atual tiveram um impacto mais dramático.

O fio da tecnologia e da informação

Um traço comum é que muitas destas inovações também tiveram uma componente de tecnologia utilizada para ligar pessoas, criando um caminho para o crescimento e a escala exponenciais. Inovações como o Helpper, uma plataforma online desenvolvida para tarefas e tarefas que normalmente estão fora do alcance dos serviços de atendimento profissional.

Um número crescente de pessoas em todo o mundo necessita de assistência regular com pequenas tarefas, mas os orçamentos, a escassez de pessoal e outras restrições significam que as suas opções tendem a ser limitadas. conectando pessoas que precisam de ajuda nas tarefas diárias com vizinhos prestativos. Ao criar uma plataforma altamente escalável para conectar quem precisa com seus vizinhos, a Helpper oferece uma solução mais flexível para assistência domiciliar e uma solução mais acessível para a sociedade. Um benefício adicional é a conexão entre humanos e a construção de comunidade que ocorre por meio dessas interações úteis.

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Uma compreensão mais profunda da inovação em saúde centrada no ser humano

Todos estes inovadores não estão apenas a servir o propósito de reimaginar a saúde para as suas comunidades, mas também a liderar uma onda de empreendedores que estão a utilizar soluções de saúde centradas no ser humano de novas formas. Grande parte do seu impacto está a validar a compreensão da própria Ashoka sobre como os agentes de mudança estão a inovar, bem como sobre onde existem lacunas nos sistemas de saúde que nos rodeiam. Surpreendentemente, poucas soluções se concentraram na construção de empatia entre as pessoas e o mundo natural ao seu redor - ou seja, identificar e aproveitar a interconectividade que a saúde e o bem-estar individual têm sobre o meio ambiente e os animais que nos rodeiam, e vice-versa - uma lacuna potencial na inovação atual . Conhecer essas lacunas pode nos ajudar a encontrá-las de maneira mais intencional no futuro.